quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Metafórico

Comprar uma blusa. Mas qual? Na internet? Procurar pelas lojas?
Tentaremos a primeira opção.
A loja é confiável. Acho que até conheço os fornecedores. Mas vem de tão longe, não sei se a viagem vale a pena. Certamente comprarei poucas roupas daqui – se algum dia volver a tal – devido ao frete (altíssimo, diga-se de passagem).
Procurar pelo o que há fora da tela do computador é o que me resta. Certo. Chaves, celular, fones de ouvido: posso sair.
Chego à primeira loja, experimento a blusa que mais me agrada. Solta demais, totalmente descompromissada com meu corpo. Tento ficar com ela um pouco mais no corpo, ver se realmente não me interessa. Não consigo. Não serve para mim.
Próxima loja, próxima prova. Bem sufocante. Os desenhos pequenos bordados a mão que davam um ar meio familiar, no meu corpo parecem infantis e sem brilho. Saio da loja. Já desisti da compra.
Tudo bem, tenho tempo. Na realidade só queria uma blusa nova porque fazia tempo demais que não comprava uma. Logo, posso esperar, não é algo realmente necessário. Vou para casa. Ligo os fones no máximo na minha música preferida e ando pelas ruas enquanto cantarolo mentalmente a letra já decorada de tanto ter sido ouvida. Já me esqueci porque tinha saído. Já nem me lembro mais porque estou na rua. Só sei que estou indo pra casa. E estou acompanhada da minha música preferida. Olho uma vitrine a esmo. Espere. Que blusa linda! Deve ser muito cara, o dinheiro que trouxe deve ser insuficiente.
            Desligo os fones, entro na loja. Não custa tentar. A vendedora simpática me sorri enquanto pronuncia o preço da vitrine. Meu Deus, eu posso comprá-la. Experimento. Sim, é essa!
            Levo-a para casa, feliz. Não esperava mais blusa nenhuma, mas estou contente de a ter conseguido. Talvez um dia ela se junte as outras que já enjoei. Mas enquanto este tempo não chega ela é eterna e especial, a sua maneira.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Flores na cabeça

Sabe o que acontece? É o seguinte: sou uma romancista sem romance. Digo, não sou romancista. Não ainda. Mas pretendo ser. E como seria se não escrevo romances? Nunca nem tentei. Só escrevo crônicas, uma seguida da outra, por isso, resolvi tentar uma coisa diferente. Obviamente, não foi lá muito original, eu praticamente reescrevi uma música (para quem estiver afim de saber: Flores na Cabeça - Nenhum de Nós). Mas ficou bonitinho. Bem "inho" mesmo. Na realidade, o final dele não é completamente feliz, porém, para uma primeira vez também, está tudo bem. Nas próximas, titia Meg vai se orgulhar de mim, vocês vão ver! haha



A televisão ligada não era o suficiente para prender minha atenção. Ainda continuava pensando na última ligação que havia recebido. Eu nunca mais tinha ouvido falar dela, é certo que nunca brigamos, nem mesmo quando terminamos. Mas nunca mais havíamos nos falado. E de repente, ela volta. E não volta sozinha. Noiva. Quem diria?
Ao chegar à igreja, vi a família toda pela qual um dia fiz parte. Todos enlouquecidos por estarem ali. “É muito novinha”, era o que todos me diziam. Lamentavam por termos nos separado: “nunca mais ela encontrou alguém como você”, dizia uma tia bem velhinha enquanto pegava no meu braço. Na realidade, não estava preocupado, conhecia a noiva bem demais e sabia que nunca erraria tão feio assim. Sabia que tinha um motivo para esse acontecimento.
 De repente, a multidão se silenciou e a cerimônia teve seu início. Confesso que me assustei um pouco ao ver o noivo: um tanto mal encarado, dava para ver partes de tatuagens em seus punhos, o resto estava escondido pela manga longa do terno; não parecia ser do tipo trabalhador, para falar a verdade, parecia do tipo que vivia da mesada do pai até agora. Porém, quando ela entrou na igreja e me deixei olhá-lo novamente, entendi o porquê de ser ele no altar (e talvez não eu): era louco por ela. Ah, se era!
Ela, bem, eu sabia que nunca deixaria a desejar. Seus cabelos castanhos emolduravam seu rosto e seus olhos azuis brilhavam enquanto as lágrimas rolavam e paravam perto da boca, que estava armada em um sorriso aberto. Estava radiante, e ninguém conseguia dizer do contrário.
Notei que estava com os pés descalços. Sempre quis se casar com os pés descalços, eu caçoava dela sobre isso quando namorávamos. Era um dos tantos sonhos dela, um que ela agora conseguia realizar. Sinceramente, era meio nostálgico. Estava feliz por ela – Deus sabe como estava -, mas não conseguia não me sentir estranho: às vezes meio nostálgico, às vezes meio perdido.
A cerimônia terminou e nos encaminhamos para a festa. Lotada é uma boa palavra para descrevê-la. O pessoal estava mais solto, contente. Talvez fosse o álcool, ou talvez fosse somente porque finalmente tinham aceitado a situação. Mas também, o que iriam fazer? Ela já estava casada. Bastavam aceitar e ser feliz com ela.
No meio da festa, senti uma mão me puxar. Era ela. Me tirou para dançar sorrindo, e eu sabia que estava feliz por eu estar ali. Os pés dela continuavam descalços, então tirei meus sapatos também. Prometi à ela que também me casaria de pés descalços. Obviamente, não nos casamos, um com o outro. Mas achei que seria legal. Ela sorriu e eu sabia que havia acertado. Não havia mais um véu pendurado em seus cabelos, como antes. Para falar a verdade, notei que quando começou a festa não havia mais nada em seus cabelos. Agora, porém, havia uma flor pendurada atrás de sua orelha. Possivelmente seu novo amor a tivesse colocado ali. Dançamos e fui embora não muito depois.
Os anos se passaram e nunca mais a vi. Mas ouço histórias e comentários pela vizinhança de que anda muito bem. O tempo fez bem para todo mundo, inclusive para mim. Ainda guardo dela boas recordações, afinal foi o primeiro amor que tive, talvez meio imaturo e infantil, mas o primeiro. E, certamente, a nossa ultima imagem juntos é a que guardo com mais carinho: ela com flores na cabeça e os nossos pés descalços. 


sábado, 31 de dezembro de 2011

HAPPY NEW YEAR!

Que a chuva deste último dia do ano de 2011 seja o suficiente para limpar todas as mágoas e angustias que ocorreram nesses 365 dias, bem como seja suficiente para regar todos as alegrias e torná-las ainda mais fortes neste misterioso ano que está por vir. 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Nevermind, I’ll find someone like you
I wish nothing but the best for you two
Don’t forget me, I beg,
I remember you said:
“Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead.”

Someone Like You - Adele

sábado, 3 de dezembro de 2011

Noivas em Guerra

             Às vezes na vida, realmente existem laços formados que nunca podem ser rompidos. Às vezes você vai encontrar aquela pessoa que vai ficar ao seu lado não importa o que aconteça. Talvez irá encontrá-la em um cônjuge e celebrar isso com o seu casamento dos sonhos. Mas há também a chance de que essa pessoa com a qual você pode contar por toda a vida, aquela pessoa que te conhece às vezes melhor que você mesmo, seja a mesma pessoa que esteve ao seu lado esse tempo todo. 




Amo esse filme. Choro horrores com ele. Sem mais. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Internêtes

            Você que possui um computador com acesso a internet em casa deve saber muito bem do que eu estou falando. Você participa de no mínimo duas redes sociais e sabe através delas algumas das fofocas mais badaladas da sua escola ou do seu circulo social. Elas podem ser extremamente importantes para aqueles que a utilizam para alimentar sua gigante saudade de pessoas que só existe acesso por ali, por aquele caminho. Porém, me pergunto, será que todos são realmente verdadeiros em suas exibições, postagens ou tweets?
            Não estou falando em pedófilos, nem em psicopatas, nem em nada desse sentido. Falo do seu vizinho da frente, da sua amiga de anos, do namorado da sua prima, não sei, do mundo que o cerca. Será que eles são realmente tudo aquilo que aparentam ser quando você os encontra nas redes sociais? Será que realmente tem as agendas lotadas de compromisso e nenhum final de semana que escape de baladas? Ou ainda, será que é realmente tão sozinho e ou tão digno de pena?
            As pessoas usam e abusam de seus perfis para enxotá-los de exageros sobre a sua própria rotina criando um mundo de ilusão a si mesmo. Parecem forçarem tanto a barra – que estão saindo, que o fulando me disse isso e aquilo, que o beutrano é um querido, que a minha mãe não-sei-o-que-lá – que se perdem entre a verdadeira realidade e a realidade virtual. Em seu mundo virtual, começam a se sentir perdidos porque notam que não tem ninguém quando desligam o computador. E no mundo real, se perdem ao notar que não sobra ninguém além do computador. Será que está certo?
            As pessoas já esqueceram políticas de boa vizinhança e certamente a maioria não sabe o nome do vizinho da frente. Se esquecem do colega que senta do seu lado o ano inteiro, mas falam dele no Twitter como se estivessem conversando animadamente. Se ocupam do irreal, e esquecem a realidade que os cercam. A única coisa que me pergunto agora é: até quando? 

sábado, 27 de agosto de 2011

Eu tive amigos que não queria
E inimigos que ainda quero bem 

Música sem nome - Tópaz 

Esse orgulho cachoeirense!